quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Resenha: Cartas para você

Hi folks!

Uma das minhas maiores paixões é a literatura, e criei o blog com o intuito de dividir um pouco dessa paixão, escrever resenhas, dar dicas de livros e etc. Mas até agora ainda não tinha postado nada do assunto. Ainda bem que tudo tem uma primeira vez, não é? Além disso, aproveito esse post para divulgar o Clube do Livro Nacional, em que vários autores brasileiros se juntaram para divulgar, conhecer livros nacionais e discutir sobre eles. O objetivo é dar mais visibilidade aos autores brasileiros, que são numerosos, mas pouco divulgados. Quem se interessar, pode participar do grupo no Facebook.




Sobre Cartas para você:
O livro é da jovem escritora brasileira Duda Razzera, que mora aqui em Florianópolis, foi lançado esse ano e é uma ficção com um toque autobiográfico. Não é muito grande, a leitura é super fácil e até a capa chama a atenção, porque é linda e já dá o clima da história. A narrativa em formato de carta/diário deixa mais pessoal e o leitor sente como se conhecesse a Georgia desde sempre. A Duda é blogueira também, e quem se interessar, pode seguir os blogs dela Cartas para você e Dia de Maria.



A história retrata a vida de Georgia Castro, uma menina mulher em seus vinte e dois anos que acabou de perder o pai. Inconformada com a morte de seu pai - e também melhor amigo, Georgia entra em depressão. Sua psicóloga aconselha-a a escrever para o seu pai ou manter um diário pois Georgia gosta muito de escrever. A partir daí, Georgia começa a escrever cartas para a Aceitação, pedindo para que ela bate à sua porta. As cartas são uma espécie de diário e Georgia trata a Aceitação como sua confidente. Ela conta sobre a história de amor de seus pais, sobre a história de sua família, o falecimento de seu pai e as intrigas em família que decorreram do falecimento. Além da questão familiar e do processo de luto, Georgia também desabafa sobre sua vida amorosa, pois o cara de quem gostava não quis mais ficar com ela após a morte de seu pai. Com mais essa perda, ela começa a lembrar do péssimo ex-namorado que marcou muito a vida dela e da sucessão de casos amorosos mal sucedidos depois dele. Tentando seguir a vida, Georgia termina a faculdade de Economia e conta sobre a formatura, o primeiro emprego, suas saídas com os amigos e novos amores. Basicamente, Cartas para você conta o processo de superação da morte de seu pai, sobre amadurecer e confiar em si mesma para tomar as decisões e acima de tudo, voltar a viver mesmo sentindo saudade.





Aceitação. 

É isso que Georgia procura após a morte de seu pai. Aconselhada pela sua psicóloga, ela começa a escrever cartas para a Aceitação, contando seus sentimentos, seus problemas, falando sobre seu pai e a perda dele e tudo o que mudou em sua vida depois disso, inclusive  os problemas com sua mãe e irmã (e o novo relacionamento que nasceu entre elas), sua péssima sorte para namorados e as aventuras em seu novo emprego.

Li algumas resenhas em que as meninas disseram que choraram mais lendo esse livro do que lendo A Culpa é das Estrelas. Bom, eu não chorei lendo A Culpa é das Estrelas porque é uma história falsa. Não consegui acreditar nem por um minuto no drama inteiro. Mas com Cartas pra você foi diferente. Não só eu acreditei na Georgia como eu me identifiquei completamente com ela. Eu sou a Georgia. Lendo a história dela, não consegui deixar de comparar com a minha. E, no fim, esse é o objetivo de um livro, não é? Fazer com que o leitor se identifique com os personagens.
Quando o Wesley, namorado da escritora e frequentador da biblioteca que eu trabalho, me falou desse livro, pensei na hora "alguém que entende, alguém que também passou por isso e superou, ou está superando o suficiente para escrever um livro sobre isso... Eu preciso ler". Então, comprei o livro com ele e meu exemplar tem uma dedicatória da Duda (linda, não é? *-*).


Como eu já disse, quando comecei a leitura, não consegui deixar de comparar as histórias. É engraçado como tudo é tão absolutamente igual, mas tão completamente diferente ao mesmo tempo. E isso nem faz sentido.

Eu nem tinha feito 20 anos ainda. Georgia tinha 22.

O pai dela morreu em uma cirurgia super arriscada. O meu fez uma cirurgia arriscada que deu super certo, mas os antibióticos não foram fortes o suficiente.

Ela mora com a mãe e a irmã e tem um grupo de amigos que lhe dão conselhos sobre isso. Eu moro a 443 km da minha mãe e do meu irmão, e mal falo sobre isso com o meu próprio namorado, que mora comigo e, até um tempo atrás, trabalhava comigo

Talvez essa seja a maior diferença de todas entre nós. Georgia está procurando a aceitação. Eu não.
Lendo o livro, eu estava praticamente lendo a minha vida

Ela fala sobre ter dias bons e dias ruins. E é assim que eu conto os meus dias: se o número de dias bons supera o de dias ruins, então tenho uma coisa a comemorar.

E foi lendo o livro que, assim como Georgia, percebi pequenas coisas que mudaram em mim. Eu era uma pessoa que não ligava para datas, nunca sabia o dia, tinha que pensar para lembrar o mês e vivia escrevendo o ano errado. Agora eu sempre sei o mês porque parece que ele está ali rindo da minha cara; cada vez que vejo que estamos no mês 8, lembro que estou a 8 meses sem meu pai. E enquanto Geórgia tem problemas com o dia 18, o meu é 27. Acho que este ano está passando rápido porque conto os dias como "ainda falta muito para o dia 27", "falta pouco para o dia 27", "dia 27", e "consegui passar pelo dia 27". E então começa tudo de novo.

Eu costumava ser uma pessoa fácil de conversar, ria por qualquer coisa e adorava estar em grupo falando sobre banalidades. Agora não tenho assunto com ninguém, muitas vezes meu riso não engana nem a mim mesma e evito ficar no meio de muita gente (mas estou começando a melhorar com isso, eu acho).

Aí quem está lendo isso pode estar pensando "Ai que saco. Tudo isso porque tu perdeu o pai? A vida segue!"

Eu sei que a vida segue. Mas até agora não entendi como a vida segue. Meu pai não está aqui, então como o mundo continua girando? Como posso tomar decisões? Como as coisas continuam acontecendo a minha volta sem ele aqui para influenciar? Em diversos trechos do livro a Duda traduz com perfeição esse sentimento, mas escolhi apenas um para integrar essa resenha:

"Eu conheci várias pessoas novas que meu pai nunca vai saber da existência delas, como meus colegas de trabalho. E, consequentemente, ele nunca vai poder me aconselhar sobre elas ou meu atual trabalho.

Essa realidade me parte ao meio, me despedaça.

A realidade de que as pessoas conseguem viver normalmente em um mundo onde meu pai não existe. A realidade de que eu tenho que fazer isso também, pelo meu próprio bem. Tenho que andar com as minhas pernas, pensar com a minha cabeça e trabalhar com a minha experiência.

É difícil ser só uma pessoa, quando antes eu era duas.

Era como se meu pai fosse uma extensão de mim, era dele que vinha minha força e energia, ele era meu gerador. E agora acabou a luz. Será que você, querida Aceitação, poderia me emprestar uma caixa de fósforos e uma vela?"

Quando Georgia perde o pai, o namorado termina com ela porque não aguenta esse tipo de coisa. Logo em seguida, o tio dá uma rasteira nelas e, de certa forma, Georgia perde também a família.

Fiquei muito triste por isso ter acontecido com ela, porque, mesmo com meu namorado e minha família do meu lado, ainda é difícil. Quando tudo aconteceu comigo, meu namorado não foi embora. Na verdade, ele assumiu a responsabilidade de morar comigo. E sei que não foi fácil pra ele no início, com todas as noites que não dormi, o humor inconstante e o silêncio. Eu podia passar dias sem falar uma palavra. E quanto a família, cada vez que vou pra Caxias quero ver todo mundo, minha vó, tios, tias, primos e primas e, é claro, ficar cada segundo possível com a minha mãe e meu irmão. E tem também a família do meu namorado, que me adotou como uma filha desde o início. Talvez seja por isso que as coisas não estão tão ruins. Apesar de estar longe, eu tenho muita gente para me apoiar e ainda tenho um namorado incrível.

E acho que por isso esse livro foi quase um tapa na cara; apesar de todos os problemas, Georgia está buscando a Aceitação. Isso não quer dizer que ela vai esquecer que teve um pai e que não vai mais sofrer por tê-lo perdido. Quer dizer que ela vai se apoiar no que existe de bom na vida dela, e tentar viver apesar da falta do pai.

Eu ainda tenho um caminho muito longo para chegar até a Aceitação, e, quem sabe, talvez eu nunca chegue lá. No próximo dia 31 de agosto faz 16 anos que perdi minha irmã e ainda não aceitei isso. Aprendi a viver apesar da falta, aprendi a chorar de noite e sorrir de dia, mas ainda não aprendi a aceitar.

Não quando e se isso vai acontecer.

Por enquanto, continuo contando os dias ruins e os dias bons.

 



Trecho na primeira orelha | Sobre a autora na segunda orelha


Trecho do livro na quarta capa

Resumo na quarta capa

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Blogagem coletiva: Uma carta para o meu pai



Hi folks!
 
Esse é mais um post do projeto Rotaroots, que tem uns temas bem legais para os blogueiros participarem. E como agosto é o mês dos pais, um dos temas era uma carta ao pai. Pensei muito mesmo se devia ou não participar esse mês, e por isso demorei tanto pra postar. Eu queria que a vibe desse blog fosse mais positiva, sem muito bad mood, porque ninguém está na internet pra ficar aguentando isso. Mas lendo Cartas para Você, percebi que tenho escrito muita coisa para mim, e resolvi escrever para o meu pai, participando do projeto e me abrindo um pouco para vocês. Além disso, o objetivo do Rotaroots é trazer de volta os blogs à moda antiga, em que os blogueiros escreviam o que amavam, sem ter interesse apenas em fazer sucesso.


Oi, pai.



Eu sei que o dia dos pais já passou há muito tempo, mas tu entende a demora né? Sabe como eu sou péssima com prazos e me distraio fácil.

Mas de certas coisas não tem como se distrair. Tipo o fato de tu não estar aqui. Acho que esse foi o primeiro ano que dia das mães e dia dos pais não significou passar um dia lindo com a família, indo almoçar em Otávio Rocha, Nova Petrópolis ou naquele restaurante alemão que a bandinha entrava tocando no meio das mesas, lembra? E acho que nunca mais vou ter isso, porque eu e a mãe não somos aventureiras como tu, que não tinha medo de se enfiar nas estradinhas do interior para ver onde ia dar, mesmo que isso significasse ficar com lama até no teto do carro.

Mas pelo menos esse ano tu passou com a Yasmin. Aposto que tu estava com saudade disso, não é? 16 anos é muito tempo. Muito mesmo. Mas podia ser mais, não acha? Ainda não acho justo que tu esteja com ela e não comigo.

Fico pensando em todas as histórias de quando nós éramos pequenas, que tu tinha que carregar uma em cada braço mais as nossas mochilas e um guarda chuva nos dias feios, para nos levar para a escolinha e depois ir trabalhar. Agora eu fiquei completamente sozinha nessa história.

E tem também as histórias que só nós dois temos como contar. Como aquela vez que deixamos a mãe na escola, o Alisson na escolinha e fomos comprar sorvete. Num dia de semana qualquer, compramos um pote de dois litros de sorvete, com uns 20 sabores e fomos para o zoológico da UCS, sei lá porquê, e ficamos a tarde inteira no carro comendo sorvete e comparando os sabores (depois de um tempo, a gente nem sabia mais o que era chocolate e o que era uva, de tão derretido que o sorvete ficou haha). Não sei, na verdade, como aguentamos tanto doce, mas foi tão legal. E se eu contar essa história, vai parecer mentira, porque o que levaria duas pessoas a encherem a cara de sorvete num dia de semana, quando a vida exige que todo mundo esteja ocupado? As vezes me pergunto se não foi um sonho. Mas nós fizemos isso, porque de vez em quando, a vida tem parar de ser chata, mesmo que seja só por uma tarde...

Não tenho filhos para criar esses momentos, mas tenho a Mia, e tu não ia gostar nada disso, mas desde o semestre passado estou pegando menos cadeiras pra poder ficar mais tempo com a ela. A Mia é a minha filha e não tem mais tu ou a vó pra passarem o dia com ela. Não posso levá-la na praia ou para passear de carro, como tu fazia, mas posso tirar pelo menos uma noite por semana pra ficar em casa mimando ela. Desculpa por ficar atrasando minha formatura de propósito, mas tenho certeza de que tu entende.

Enfim, feliz Dia dos Pais atrasado e só queria dizer que estou morrendo de saudades e que ainda espero que tu me ligue algum dia dizendo que vai voltar de Caxias essa quarta. Ou na quarta que vem. Estou cansada de ficar sozinha.



Te amo <3



sábado, 23 de agosto de 2014

Five on Friday: 5 programas que marcaram (ou ainda marcam) minha vida

Hi folks!

Five on Friday no sábado? Atrasadinho, né... Mas tudo bem, vocês me perdoam. Esse post faz parte da blogagem coletiva do projeto Rotaroots, que tem como um dos memes desse mês 5 programas que marcaram (ou ainda marcam) minha vida. Então listei aqui 5 desenhos e séries que marcaram muito a minha infância (confesso que foi bem complicado escolher só cinco haha)



Hey Arnold!


Esse eu assisto até hoje no Netflix. Eu estava na quarta série quando nos mudamos para um apartamento que tinha tv a cabo. Foi a realização da minha vida! E a primeira coisa que eu lembro de ter assistido foi Arnold na Nickelodeon (na época que a Nickelodeon só passava coisa boa) e eu fiquei impressionada, porque eles tinham a mesma idade que eu e faziam muitas coisas. Hey Arnold é um desenho inteligente e muito bom, fazia com que a gente se identificasse com os personagens, e fico triste porque hoje em dia só tenha desenho bizarro. 



A Família Addams



Esse é praticamente um "dois em um". De todos os desenhos da Hanna-Barbera, esse é meu preferido e eu ficava acordada até tarde para assistir a série no Nick at Night, na Nickelodeon (junto de A Feiticeira e A Família Monstro <3). Amo tudo que tem a ver com a família Addams, inclusive os filmes. No caso do desenho, eu tinha até uma fita com vários episódios e assistia direto! 



Scooby-Doo


Acho que fui detetive no passado, porque amo séries policiais. A primeira coisa que eu assisti relacionado a isso foi Scooby Doo, que tinha sempre a mesma fórmula, mas ainda assim em todos os episódios eu ficava me perguntando quem era o bandido, até que a Velma ia lá e revelava tudo. Por sinal, enquanto as meninas brigavam para "ser a Daphne", e eu era sempre a Velma haha Assisti os dois filmes no cinema e achei lindo *-*



Disney CRUJ


CRUJ, CRUJ, tchau! Quem não repetia junto? SUAHSAS Não lembro o horário que passava, mas assistia todos os dias! Eu amava os desenhos que eles exibiam, dos quais só lembro de Hércules e A Hora do Recreio agora haha Lembro também do concurso que eles fizeram para escolher a dubladora da Melody, em A Pequena Sereia II (<3 <3 <3), e fiquei super emocionada porque a vencedora se chamava Larissa também. Eu achava muito legal o formato do programa, que mostrava eles "na vida real" e depois na "vida secreta" que eles levavam, fazendo o programa no sótão. Enfim, fiquei muito triste quando parou de passar, porque eu curtia demais esses programas que reúnem vários desenhos da Disney, com alguns apresentadores divertidos. Mas depois desse, o SBT foi piorando lentamente...



Os Arquivos de Shelby Woo



Outro das minhas raízes de detetive. 23h da noite era hora de fazer um café ou preparar uma salada de alface e tomate HSUAHSU, esperar minha mãe chegar e... assistir Shelby Woo. Era a minha série preferida! A maioria das pessoas da minha idade lembra direto de Sabrina, mas pra mim Shelby Woo > Sabrina haha Depois que pararam de passar a série (um acontecimento muito triste na minha vida), evolui para CSI e Law and Order.




Bônus!

Família Dinossauros



Não lembro onde e quando passava, só sei que essa série me marcou muito. Eu achava incrível aqueles dinossauros falantes, achava lindo as expressões, os cenários, tudo. O último episódio da série é muito triste, mas em todos os episódios eu dava muita risada. E agora o Canal Viva começou a passar a série às quintas-feiras, as 22h *---*

Vocês assistiam esses programas também? E quais foram os que mais marcaram a sua infância? Me contem! :D

Kisses!