terça-feira, 26 de agosto de 2014

Blogagem coletiva: Uma carta para o meu pai



Hi folks!
 
Esse é mais um post do projeto Rotaroots, que tem uns temas bem legais para os blogueiros participarem. E como agosto é o mês dos pais, um dos temas era uma carta ao pai. Pensei muito mesmo se devia ou não participar esse mês, e por isso demorei tanto pra postar. Eu queria que a vibe desse blog fosse mais positiva, sem muito bad mood, porque ninguém está na internet pra ficar aguentando isso. Mas lendo Cartas para Você, percebi que tenho escrito muita coisa para mim, e resolvi escrever para o meu pai, participando do projeto e me abrindo um pouco para vocês. Além disso, o objetivo do Rotaroots é trazer de volta os blogs à moda antiga, em que os blogueiros escreviam o que amavam, sem ter interesse apenas em fazer sucesso.


Oi, pai.



Eu sei que o dia dos pais já passou há muito tempo, mas tu entende a demora né? Sabe como eu sou péssima com prazos e me distraio fácil.

Mas de certas coisas não tem como se distrair. Tipo o fato de tu não estar aqui. Acho que esse foi o primeiro ano que dia das mães e dia dos pais não significou passar um dia lindo com a família, indo almoçar em Otávio Rocha, Nova Petrópolis ou naquele restaurante alemão que a bandinha entrava tocando no meio das mesas, lembra? E acho que nunca mais vou ter isso, porque eu e a mãe não somos aventureiras como tu, que não tinha medo de se enfiar nas estradinhas do interior para ver onde ia dar, mesmo que isso significasse ficar com lama até no teto do carro.

Mas pelo menos esse ano tu passou com a Yasmin. Aposto que tu estava com saudade disso, não é? 16 anos é muito tempo. Muito mesmo. Mas podia ser mais, não acha? Ainda não acho justo que tu esteja com ela e não comigo.

Fico pensando em todas as histórias de quando nós éramos pequenas, que tu tinha que carregar uma em cada braço mais as nossas mochilas e um guarda chuva nos dias feios, para nos levar para a escolinha e depois ir trabalhar. Agora eu fiquei completamente sozinha nessa história.

E tem também as histórias que só nós dois temos como contar. Como aquela vez que deixamos a mãe na escola, o Alisson na escolinha e fomos comprar sorvete. Num dia de semana qualquer, compramos um pote de dois litros de sorvete, com uns 20 sabores e fomos para o zoológico da UCS, sei lá porquê, e ficamos a tarde inteira no carro comendo sorvete e comparando os sabores (depois de um tempo, a gente nem sabia mais o que era chocolate e o que era uva, de tão derretido que o sorvete ficou haha). Não sei, na verdade, como aguentamos tanto doce, mas foi tão legal. E se eu contar essa história, vai parecer mentira, porque o que levaria duas pessoas a encherem a cara de sorvete num dia de semana, quando a vida exige que todo mundo esteja ocupado? As vezes me pergunto se não foi um sonho. Mas nós fizemos isso, porque de vez em quando, a vida tem parar de ser chata, mesmo que seja só por uma tarde...

Não tenho filhos para criar esses momentos, mas tenho a Mia, e tu não ia gostar nada disso, mas desde o semestre passado estou pegando menos cadeiras pra poder ficar mais tempo com a ela. A Mia é a minha filha e não tem mais tu ou a vó pra passarem o dia com ela. Não posso levá-la na praia ou para passear de carro, como tu fazia, mas posso tirar pelo menos uma noite por semana pra ficar em casa mimando ela. Desculpa por ficar atrasando minha formatura de propósito, mas tenho certeza de que tu entende.

Enfim, feliz Dia dos Pais atrasado e só queria dizer que estou morrendo de saudades e que ainda espero que tu me ligue algum dia dizendo que vai voltar de Caxias essa quarta. Ou na quarta que vem. Estou cansada de ficar sozinha.



Te amo <3



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